Harmonização Orofacial e Autoestima
Relato de Caso.Vamos demonstrar como procedimentos minimamente invasivos podem melhorar a autoestima de indivíduos afetados por traumas.
Na sociedade contemporânea, há uma busca constante por tratamentos estéticos e terapêuticos não invasivos, devido à valorização da aparência facial e seu impacto na autoestima. A Odontologia, através da harmonização orofacial, oferece técnicas que melhoram não só a função, mas também a estética facial, promovendo a autoaceitação e o bem-estar. Em casos de violência doméstica, a Odontologia pode desempenhar um papel crucial no resgate da autoestima da vítima, planejando tratamentos que considerem suas queixas e proporcionem satisfação e recuperação dos aspectos psicossociais.
DESCRIÇÃO DO CASO
Uma paciente melanoderma de 52 anos procurou o Curso de Especialização em Harmonização Orofacial, insatisfeita com sua aparência após ter sofrido violência doméstica. Relatou problemas de autoestima, incomodada principalmente por rugas no rosto e pescoço. Durante o tratamento, não foram identificadas alterações sistêmicas significativas. O exame clínico revelou a presença de próteses dentárias e estalos na movimentação da boca, mas sem dor associada.
Foi sugerida uma blefaroplastia para melhorar o aspecto das pálpebras, além do planejamento de um tratamento de harmonização orofacial para sanar seus incômodos faciais, incluindo a aplicação de bioestimulador de colágeno, toxina botulínica, lifting não cirúrgico temporal e preenchimento com ácido hialurônico na região malar.
A primeira consulta focou na avaliação clínica e psicológica, definição do planejamento de tratamento e solicitação de exames. Na segunda consulta, após a aprovação do planejamento pela paciente, foi aplicado o bioestimulador de colágeno para melhorar a textura e flacidez da pele, estimulando a produção de colágeno e resultando em uma pele mais viçosa.
Na continuação do atendimento de harmonização orofacial, a segunda consulta teve a aplicação do bioestimulador de colágeno para melhorar a textura e flacidez da pele, seguida pela aplicação de toxina botulínica visando atenuar rugas dinâmicas e preparar a pele para o lifting temporal. Esse processo incluiu esclarecimentos sobre os cuidados pós-operatórios e a necessidade de reaplicações periódicas para manutenção dos resultados. A terceira consulta consistiu no lifting não cirúrgico temporal, usando fio monofilamento, e no preenchimento com ácido hialurônico na região malar, com o objetivo de estimular a produção de colágeno e proporcionar volume.
Após 30 dias dos procedimentos, um questionário enviado à paciente revelou seu alto grau de satisfação, indicando uma melhoria significativa em sua autoestima, autoimagem e, por consequência, sua qualidade de vida. Este feedback evidencia o impacto positivo dos tratamentos de harmonização orofacial na recuperação emocional e estética de pacientes afetados por traumas, como a violência doméstica, corroborando a eficácia dessas intervenções na restauração da autoestima e no bem-estar geral.
Discussão
A qualidade de vida, influenciada pela percepção individual e social, é afetada negativamente quando padrões de beleza e expectativas não são atendidos. A violência doméstica, principalmente contra mulheres, frequentemente afeta a região facial, exigindo atendimentos de variada complexidade. As agressões impactam não somente fisicamente, mas também na autoestima e imagem pessoal, agravando o sofrimento psicológico e social das vítimas.
A Odontologia moderna aborda o bem-estar do paciente de forma holística, visando a harmonia entre saúde bucal e estética facial, enfatizando a importância de um plano de tratamento baseado em uma análise criteriosa da condição psicoemocional do paciente. A harmonização orofacial surge como uma prática integrativa, buscando saúde, função, e estética, popularizando procedimentos minimamente invasivos que satisfazem as expectativas dos pacientes.
Os procedimentos minimamente invasivos, como o uso de bioestimuladores de colágeno, toxina botulínica, lifting não cirúrgico e preenchimento com ácido hialurônico, têm revolucionado o tratamento estético, oferecendo soluções para rejuvenescimento facial e correção de perdas de volume, com resultados que elevam a satisfação dos pacientes.
A escolha e a execução adequadas desses procedimentos dependem do conhecimento profundo dos materiais empregados e da compreensão das expectativas e condições individuais dos pacientes, garantindo assim o sucesso do tratamento e a melhoria da qualidade de vida e satisfação do paciente.
Este estudo destaca a relevância dos procedimentos estéticos faciais na recuperação psicológica de pacientes afetados por traumas, mostrando que a abordagem odontológica pode ir além da estética, contribuindo significativamente para a recuperação da autoestima e inserção social dos indivíduos, enfatizando a importância do diagnóstico diferencial preciso e de um plano de tratamento personalizado para maximizar os benefícios das intervenções.
Finalizando
A estética facial desempenha um papel crucial na autoestima e na imagem pessoal, onde desfigurações podem impactar negativamente o bem-estar psicológico e social. A Odontologia, especialmente através da harmonização orofacial, evoluiu para oferecer tratamentos minimamente invasivos que não só melhoram a estética, mas também promovem efeitos psicológicos positivos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Essa abordagem integrativa evidencia a importância de uma prática odontológica atenta às necessidades individuais, incluindo o histórico de violência, contribuindo assim para a recuperação e renovação da autoimagem e satisfação dos pacientes.
Autores: Carolina de Oliveira Rodrigues, Carolina Lúcia de Oliveira Pacheco, Daniela Martins de Souza, Marcelo Drummond Naves, Roberto Fernandes Pacheco