O que é PDRN?
Tudo que você precisa saber sobre este ativo queridinho da Harmonização facial
Polydeoxirribonucleotídeo (PDRN) é um medicamento derivado do DNA extraído e purificado principalmente das células espermáticas da Truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) ou do Salmão Keta (Oncorhynchus keta). O medicamento é obtido através de um processo de extração em alta temperatura, que purifica a substância e obtém um alto percentual de DNA, resultando em um produto final com mais de 95% de princípio ativo puro, sem proteínas e peptídeos farmacologicamente ativos. O PDRN possui um peso molecular que varia de 50 a 1500 kDa e um comprimento de cadeia que varia de 50 bp a 2000 bp (bp é a abreviação de pares de bases (base pairs, em inglês). Um par de bases é uma unidade de medida utilizada na biologia molecular para descrever o comprimento de uma molécula de DNA ou RNA, estamos nos referindo ao número de pares de bases que compõem as cadeias de DNA no PDRN).
Atualmente, o PDRN está no mercado e apresenta um bom perfil de segurança em vários ensaios clínicos.
O PDRN é um pró-fármaco, o que significa que é convertido no corpo em um medicamento ativo. O PDRN funciona de duas maneiras:
Mecanismo de Ação da Adenosina A2A
O PDRN ativa indiretamente os receptores de adenosina A2A (A2ARs). O PDRN é um pró-fármaco que fornece desoxirribonucleotídeos ativos que se ligam aos receptores purinérgicos. A adenosina liberada pode então atuar nos A2ARs. A ligação dos derivados do PDRN aos receptores A2A estimula um aumento na adenosina monofosfato cíclica (cAMP) intracelular, que ativa a proteína quinase A (PKA). A PKA desempenha um papel importante no crescimento, sobrevivência, morte e diferenciação celular.
Especificamente, os A2ARs:
reduzem o recrutamento de leucócitos
reduzem a expressão de moléculas adesivas
reduzem a geração de metabólitos tóxicos de oxigênio nos neutrófilos
suprimem a via clássica de ativação de macrófagos
induzem uma mudança de um fenótipo pró-inflamatório para um fenótipo anti-inflamatório em macrófagos.
Esse receptor é encontrado na maioria dos tipos celulares envolvidos na cicatrização de feridas, como macrófagos, fibroblastos e células endoteliais microvasculares. A ativação do receptor de adenosina A2A tem mostrado reduzir a infiltração inflamatória, promover a proliferação e migração de células endoteliais, promover a produção de VEGF e estimular a diferenciação e maturação de fibroblastos. Em última análise, isso acelera o processo de cicatrização de feridas.
Via de Salvamento
A via de salvamento envolve o PDRN gerando nucleotídeos e nucleosídeos que podem promover a síntese ou reparo de DNA e restaurar a proliferação e o crescimento celular. Essa via é um caminho metabólico eficiente e economizador de energia e é uma característica única não compartilhada com outros medicamentos derivados de DNA de diferentes origens, pesos moleculares e processos de fabricação.
Fibroblastos cultivados e incubados com aminoácidos radioativos na presença de PDRN resultaram em crescimento celular acompanhado pela internalização de nucleotídeos derivados do PDRN, utilizados para a via de salvamento. Tecidos danificados ou hipóxicos frequentemente não conseguem realizar a síntese de DNA, mas as bases resgatadas podem ser transformadas em nucleotídeos e reincorporadas no DNA.
Aplicações Terapêuticas dos Polideoxirribonucleotídeos (PDRNs)
Esses compostos têm demonstrado possuir várias propriedades terapêuticas, incluindo:
Cicatrização de Feridas: Os PDRNs têm mostrado um potencial significativo em acelerar a cicatrização de feridas, especialmente em casos de úlceras diabéticas, enxertos de pele e outros modelos de cicatrização prejudicada. Esse efeito é atribuído à capacidade de promover a migração e o crescimento celular, melhorar a angiogênese e reduzir a inflamação.
Efeitos Anti-inflamatórios: Os PDRNs têm demonstrado eficácia na redução da inflamação associada a várias condições, como bursite, fasceíte, mucosite, tendinopatia, artrite e periodontite. Esta ação anti-inflamatória é mediada principalmente pela ativação dos receptores de adenosina A2A.
Reparo e Regeneração de Tecidos: Os PDRNs têm sido investigados por seu potencial em promover o reparo e a regeneração de vários tecidos, incluindo pele, osso, cartilagem, tendões e córnea. Eles têm sido explorados como uma opção de tratamento para condições como osteoartrite, osteonecrose da mandíbula, lesões do manguito rotador e danos ligamentares.
Efeitos Anti-apoptóticos: Os PDRNs exibiram propriedades anti-apoptóticas, protegendo as células da morte celular programada em vários modelos experimentais.
Anti-melanogênese: Alguns estudos sugerem que os PDRNs podem ter propriedades anti-melanogênicas, potencialmente contribuindo para efeitos de clareamento da pele. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente esses efeitos.
Mecanismos Moleculares dos Polideoxirribonucleotídeos em Fibroblastos
Os Polideoxirribonucleotídeos (PDRNs) exercem seus efeitos principalmente em fibroblastos humanos da pele através da atuação nos receptores de adenosina A2a. Estudos demonstraram que os PDRNs, de maneira semelhante à adenosina, induzem o crescimento celular em fibroblastos humanos da pele.
Tecidos danificados ou hipóxicos, muitas vezes incapazes de sintetizar DNA de novo, dependem das bases resgatadas para o reparo e a síntese de DNA. Os PDRNs fornecem nucleotídeos e nucleosídeos que são internalizados pelos fibroblastos.
Além disso, os PDRNs protegem os fibroblastos humanos da pele dos danos ao DNA induzidos pelos raios UV. A exposição à radiação ultravioleta B leva ao acúmulo de dímeros de pirimidina ciclobutano (CPDs), que são prejudiciais à integridade do DNA. Os PDRNs, quando adicionados às culturas de fibroblastos após a exposição aos raios UV, reduzem os níveis de CPDs e melhoram o reparo do DNA, provavelmente através da ativação da via de salvamento.
Papel do PDRN na Rejuvenescimento da Pele
Pode desempenhar um papel significativo na rejuvenescimento da pele através de vários mecanismos:
Promoção do Crescimento e Proliferação Celular: O PDRN demonstrou aumentar o crescimento de fibroblastos humanos, células responsáveis por produzir colágeno e outros componentes estruturais da pele. Esse efeito foi observado tanto in vitro quanto in vivo, sugerindo que o PDRN pode estimular diretamente a regeneração celular da pele.
Aprimoramento da Angiogênese: O PDRN promove a formação de novos vasos sanguíneos (angiogênese), crucial para fornecer nutrientes e oxigênio às células da pele, apoiando seu crescimento e função. Esse efeito é mediado pela ativação dos receptores de adenosina A2A pelo PDRN, levando ao aumento da expressão do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF).
Redução da Inflamação: O PDRN possui propriedades anti-inflamatórias, que podem ajudar a proteger a pele dos danos causados pela radiação UV, poluição e outros estressores ambientais. Ao suprimir a produção de citocinas pró-inflamatórias, o PDRN pode contribuir para um ambiente cutâneo mais saudável e propício à rejuvenescimento.
Aumento da Síntese de Colágeno: O PDRN demonstrou aumentar a síntese de colágeno, essencial para manter a elasticidade, firmeza e hidratação da pele. Esse efeito pode estar relacionado à capacidade do PDRN de promover a proliferação e atividade dos fibroblastos.
Aprimoramento da Defesa Antioxidante: O PDRN exibe propriedades antioxidantes, que podem ajudar a proteger as células da pele dos danos causados pelos radicais livres. Ao eliminar os radicais livres e promover a atividade de enzimas antioxidantes, o PDRN pode contribuir para uma aparência mais jovem, prevenindo o envelhecimento prematuro.
Suporte à Reparação do DNA: O PDRN fornece desoxirribonucleotídeos, os blocos de construção do DNA, que podem ser utilizados pelas células da pele para reparar danos causados pela radiação UV e outros fatores. Essa "via de salvamento" pode ajudar a manter a integridade do DNA das células da pele, promovendo sua longevidade e função saudável.
Aplicações Clínicas na Rejuvenescimento da Pele
Embora o termo específico "rejuvenescimento da pele" não seja explicitamente utilizado no contexto do PDRN nas fontes fornecidas abaixo neste artigo, os mecanismos mencionados sugerem fortemente seus potenciais benefícios nessa área. A capacidade de promover o crescimento celular, aumentar a produção de colágeno, estimular a angiogênese, reduzir a inflamação e apoiar a reparação do DNA pode contribuir coletivamente para uma aparência de pele mais jovem e saudável.
O Papel do PDRN no Tratamento do Melasma
O PDRN tem demonstrado potencial como tratamento para melasma ao reduzir a síntese de melanina. Um estudo investigou os efeitos do PDRN na melanogênese, o processo de produção de melanina responsável pela pigmentação da pele. O estudo descobriu que o PDRN inibiu a síntese de melanina tanto em melanócitos de camundongo quanto em co-culturas de melanócitos e queratinócitos humanos.
O PDRN suprime a melanogênese através de múltiplos mecanismos:
Redução de MITF e Tirosinase: O tratamento com PDRN diminuiu os níveis de MITF, um fator de transcrição chave na melanogênese que regula a tirosinase. Essa redução no MITF levou a uma diminuição na produção de tirosinase e TRP-1, duas enzimas cruciais para a síntese de melanina.
Afetação das Vias de Sinalização: O PDRN aumentou os níveis de ERK fosforilada e AKT fosforilada, moléculas de sinalização sugeridas para suprimir a melanogênese.
A avaliação clínica apoia a eficácia do PDRN no tratamento da hiperpigmentação:
Melhora na Hiperpigmentação: Uma avaliação clínica de seis pacientes coreanas com hiperpigmentação facial, incluindo melasma, mostrou que injeções intradérmicas de um produto contendo PDRN, resultaram em melhorias notáveis nas lesões hiperpigmentadas.
Pesquisas adicionais podem ser necessárias para entender completamente os efeitos a longo prazo e os protocolos de tratamento ótimos para o PDRN na gestão do melasma.
É importante notar que, embora os PDRNs tenham mostrado potencial em várias aplicações terapêuticas, pesquisas adicionais são necessárias para elucidar completamente seus mecanismos de ação, dosagens ideais e efeitos a longo prazo.