Porque existem preenchedores com visco-elasticidades diferentes? Como escolher?
A escolha da melhor densidade do preenchedor facial deve ser considerada já no momento da avaliação
É confuso num primeiro momento pela variedade e quantidade que temos de preenchedores disponíveis, mas a escolha da melhor densidade do preenchedor facial deve ser considerada já no momento da avaliação. E não é tão difícil assim, basta considerar alguns pontos.
1. Se você não tem experiência, ou tem poucos casos feitos, não fique mudando de marca a toda hora. Foque em uma marca, que tenha um bom custo-benefício e que possa oferecer resultados seguros. Em resumo, escolha, em um primeiro momento, algum laboratório que tenha respaldo científico e uma grande quantidade de usuários.
2. Dentro desta marca, tenho certeza, você vai encontrar pelo menos 3 densidades diferentes, viscoelasticidade baixa, média e alta. E é a partir desta informação que vamos fazer a escolha.
3. Entender as propriedades do preenchedor. Não vou ficar aqui dedicado a falar detalhes e minúcias da reologia dos preenchedores pois não é o foco (mais abaixo você tem uma leitura complementar se desejar se aprofundar no tema), mas vou chamar atenção o que devemos considerar nesta escolha daqui a pouco
4. Escolher o preenchedor baseado no objetivo do tratamento e em como o tecido/área facial irá responder a estas propriedades, e este é o que quero discutir a partir de agora.
Linhas dos Ligamentos de Cotofana

Esta linha separa a área “fixa” da face da área móvel, informação chave para escolha do preenchedor. Tudo que fica atrás da linha, no sentido do crânio, é considerado uma área fixa, com menos mobilidade, e tudo que fica para a frente, é a área móvel, da mímica facial.
Ações dos preenchedores sobre os tecidos faciais
Existem três ações principais (ou objetivos) dos preenchedores a se considerar:
Oferecer uma base ou suporte profundo cujo efeito clínico é de “lift facial” e sustentação tecidual
Preencher as irregularidades causadas pelas alterações do envelhecimento, que é o chamado “refinamento” dos resultados.
Mudar o formato ou o aspecto clínico de algo esteticamente “indesejado”, por exemplo um lábio sem vermelhão visível, equilibrar as proporções faciais, fazer a projeção do mento, destacar ângulo de mandíbula, etc
Em um tratamento completo, estas ações normalmente não acontecem de forma dissociada ou isoladamente, apesar de muitas vezes ser o objetivo principal, no caso de um lábio, por exemplo.
Ações dos tecidos faciais sobre os preenchedores
A face é uma estrutura anatômica complexa que está sujeita a várias combinações de forças, aplicadas em de forma simultânea em vários pontos. O rosto está sujeito a dois tipos de forças:
Forças intrínsecas: O conjunto de tensões e movimentos entre os diferentes tecidos faciais (ossos, músculos, gordura e pele), tanto quando estático como em movimento
Forças extrínsecas: Relacionadas à vida diária e às atividades (sono, alimentação, fala, beijos, etc).
Toda dinâmica facial se reflete em forças sobre os materiais preenchedores, e são as propriedades destes materiais que podem refletir em melhores ou piores resultados clínicos.
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Forças que são exercidas nos preenchedores
Torção: a ação de torção ou o estado de ser torcido, especialmente de uma extremidade de um objeto em relação à outra.
Cisalhamento: deformação produzida por pressão na estrutura de uma substância, quando suas camadas são deslocadas lateralmente uma em relação à outra.
Alongamento: ser feito ou capaz de ser feito mais longo ou mais largo sem rasgar ou quebrar.
Compressão: a ação de comprimir ou ser comprimido.
Outra propriedade importante a ser entendida é a coesividade do material, que é a capacidade do preenchedor se manter coeso, unico, independente das forças que são aplicadas sobre o gel de ácido hialurônico.
Qual característica dos preenchedores em relação a cada local da face?
Por esta tabela, já deu pra perceber que não existe como utilizar um único material para toda a face, então o importante é entender estas características dos tecidos e fazer um planejamento levando em consideração todas estas variáveis.
Com o passar do tempo é um processo automático a seleção do produto mais adequado, e o profissional perceberá que nem sempre uma única marca atende a todas as demandas, então, como sugeri no início, fique inicialmente com uma única marca de sua escolha, e aos poucos vá trabalhando com outras e entendendo como e porque mudar em algumas situações clínicas.
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