10 marcas de Toxina Botulínica vendidas no Brasil em 2025 (uma você não deve usar)
Um resumo bem resumido: hoje temos 10 medicamentos a base de toxina botulínica sendo vendidos no Brasil. Mas oficialmente são somente 9 marcas com registro da ANVISA. Destas, só 8 são vendidas e 3 vem do mesmo fabricante, portanto temos na prática somente 7 medicamentos regulares no mercado.
Entendeu a conta? Não? Sem problema, que minha idéia é explicar essa bagunça toda.
Algumas informações prévias antes de entrar no cerne da questão: Toxina botulínica, dito assim mesmo, de forma mais ampla, “não é tudo igual”. Ainda que os objetivos dos tratamentos utilizando as variadas marcas de toxina botulínica como miomoduladores sejam essencialmente são os mesmos (a paralisia muscular seletiva), um profissional desavisado pode falar algo tipo “tudo que não for o Botox é medicamento genérico”.
Porém NÃO existe medicamento “genérico” no caso dos produtos de origem biológica
Porque você já sabe: a molécula da toxina não é sintética (fabricada artificialmente). Usamos um pequeníssima fração do veneno, ou toxina, produzida por uma bactéria nada amistosa chamada Clostridium botulinum (veneno este que é uma das substâncias mais letais conhecidas). Sendo portanto fruto da produção de uma bactéria, ou seja, um medicamento biológico, o termo correto é afirmar que todos os medicamentos a base de toxina botulínica são biossimilares (este infográfico explica com detalhes esta definição).
Deste modo não podemos dar um tempo exato de duração para cada marca, não tem doses intercambiáveis, não tem exatamente a mesma resposta clínica. Caberá somente entender o que cada medicamento oferece e para o que ele está aprovado para uso no Brasil, e assim guiar suas escolhas. Bora?
TODAS as marcas de Toxina Botulínica aprovadas pela ANVISA
Independente se for a marca referência ou biossimilar, o principio ativo do medicamento sempre é Toxina Botulínica do tipo A (TXB-A), já que é a única disponivel para uso estético. Existe uma Toxina Botulínica do tipo B (TXB-B), mas cujo uso está bem distante da estética facial, e não aprovado pela Anvisa.
Então para separar melhor as coisas neste artigo e falar de cada medicamento, vou listar em 3 partes. Primeiro, os que chamaremos de medicamentos “REFERÊNCIA” (os medicamentos de referência são também conhecidos como “remédios de marca” por terem marca comercial e, principalmente, que possuem eficácia e segurança cientificamente comprovadas com vasta literatura científica). São eles:
E depois falaremos dos medicamento biossimilares, que tem toda sua validação junto a ANVISA e outras agencias regulatórias mundiais, mas não tem ainda o mesmo peso em pesquisa e literatura científica dos medicamentos referência:
Botulim® (que teve sua composição alterada em 2025)
Blautox® (que tem registro na ANVISA mas não está no mercado)
Tem uma décima marca, a Israderm, que é comercializada abertamente em marketplaces online, midias sociais e afins e tem uma penetração assustadora no mercado nacional de forma absolutamente e completamente irregular. Já chegaremos lá.
Vamos lá, por partes, primeiro os medicamentos referência:
Botox®
Botox® é praticamente a toxina Hors Concours na hora do paciente pensar em tratamento usando Toxina botulínica.
Basta falar este nome e há um vínculo direto entre a marca e o que ela pode oferecer no tratamento. Eu ouso dizer que esta marca se vende sozinha aos pacientes, quase sem necessidade de perguntar mais nada por parte do interessado.

E essa metonímia é tão grande e tão corrente que eu mesmo me pego as vezes falando Botox ao invés da marca que estou utilizando. Possivelmente já aconteceu com você também tamanha a penetração no mercado.
Lançada logo depois da Allergan ter comprado uma empresa chamada Oculinum em 1989, o medicamento foi renomeado e teve lançamento internacional em 1991 e desde então já se espalhou por mais de 100 países, em alguns deles também chamado de Vistabel®. Chegou no Brasil no começo dos anos 2000 e foi pioneira por aqui também.
É disponibilizado em frascos de 50U, 100U ou 200U, em artigos ela é descrita como OnaBotulinum Toxin A, é o medicamento que tem a maior indicação clínica dentre todas as marcas:
Suas aplicações terapêuticas incluem o controle do blefaroespasmo, espasmo hemifacial, estrabismo, distonia cervical e da espasticidade muscular em adultos e crianças.
O medicamento também é aprovado para condições urológicas e para o tratamento da dor crônica, sendo utilizado para a bexiga hiperativa e para a incontinência urinária por hiperatividade neurogênica. Além disso, é indicado para a profilaxia da migrânea crônica em pacientes adultos.
Por fim, suas indicações incluem tratamentos dermatológicos e estéticos, como o controle da hiperidrose focal para o suor excessivo nas axilas e palmas das mãos. O BOTOX® também é amplamente utilizado (talvez seu uso mais conhecido) para a melhora temporária da aparência de linhas faciais hipercinéticas (rugas de expressão).
O BOTOX está registrado na ANVISA pelo número 198600019, com validade até setembro de 2027, e seu registro é detido pela empresa AbbVie Farmacêutica Ltda.
Dysport®
Dysport® teve um desenvolvimento em paralelo ao Botox® e podemos dizer que tiveram focos e objetivos distindos em um primeiro momento. Até o nome Dysport® vem de Dystonia Porton Product, em tradução livre, seria algo como Produto da Porton para Distonia, sendo Porton Down um centro de pesquisa Inglês muito reconhecido Internacionalmente.
Desde 1993 este medicamento pertence à gigante farmaceutica francesa IPSEN, e é vendida no Brasil pela Galderma a partir de 2001 (sim, a mesma que vende o Restylane® e o Sculptra®). Disponibilizado em frascos de 300U ou 500U (importante lembrar que não dá pra “parear” as aplicações de toxina botulínica pensando somente em números), é um medicamento muito apreciado pelos profissionais da Harmonização Facial.
Hoje, o medicamento está em mais de 70 países, e pode ter o nome de Azzalure® na Europa, para fins estéticos. E nos artigos é referida como AboBotulinum Toxin A.
Dysport® é indicado para o tratamento de diversas condições neuromusculares que envolvem contrações musculares involuntárias. Suas aplicações incluem o controle da distonia cervical (torcicolo espasmódico), do blefaroespasmo e do espasmo hemifacial.
O medicamento é amplamente utilizado no manejo da espasticidade muscular. Em adultos, é indicado para a espasticidade de membros superiores e/ou inferiores e para a deformidade em pé equino espástico após acidente vascular cerebral (AVC). Em pacientes pediátricos (acima de dois anos) com paralisia cerebral, é usado para tratar a deformidade em pé equino dinâmico e a espasticidade focal de membros superiores.
Adicionalmente, as indicações do Dysport® se estendem a outras áreas, incluindo o tratamento da hiperidrose axilar e palmar em adultos e a melhora da aparência de linhas faciais hiperfuncionais. O produto também é aprovado para uso urológico no tratamento da incontinência urinária causada por hiperatividade neurogênica do detrusor.
O foco da empresa sempre foi muito mais uma linha terapêutica do que estética, apesar de ser possível ótimos resultados clínicos para este fim também.
Ao contrário de outras marcas, o Dysport®, ou melhor, a Galderma, sempre teve um pé atrás com os tais “não-médicos” e durante muito tempo era bastante difícil de comprar este medicamento por vias “oficiais” (digo, direto com o laboratório). Estão tentando reverter essa abordagem nos últimos anos.
O Dysport está registrado na ANVISA pelo número 169770001, com validade até abril de 2029, e seu registro é detido pela empresa Beaufour Ipsen Farmacêutica Ltda.
Xeomin®
O Xeomin® entrou no Brasil em 2009 com um discurso diferente das demais: pelo fato de não ter as proteínas acessórias, é uma toxina mais pura e que induz menos reação imunológica e reduziria, supostamente, possíveis “efeitos vacina”“. Em alguns países pode ser encontrada também com o nome de Bocouture®. Nos artigos científicos, o termo que se utiliza para esta marca é IncoBotulinum Toxin A.

Produzido pela Merz Pharmaceuticals, é comercializada pela Biolab Sanus, está disponibilizado em frascos de 100U. e curiosamente é o único medicamento do gênero a dispensar o uso de geladeira ANTES da reconstituição. Depois de pronta, é outra história.
Justamente por termos no Brasil uma logística confusa, e acesso limitado, é um produto com muita penetração no mercado nacional, podendo enviadas via correios mesmo sem cuidados de temperatura. Há uma grande quantidade de profissionais leais à marca.
Com uma atividade biológica menor que as demais, o processo de reconstituição deve ser personalizado para que se tenham efeitos adequados, mas nada que invalide o produto em sua efetividade e resultados.

Xeomin® é indicado para o manejo do blefarospasmo, da distonia cervical (torcicolo espasmódico) e da espasticidade dos membros superiores em pacientes adultos.
O medicamento também é utilizado para tratar a sialorreia crônica (produção excessiva de saliva) em adultos e crianças, além de ser aprovado para a melhora temporária da aparência de linhas faciais hipercinéticas.
É importante notar que, por ter um registro mais recente no mercado, seu leque de indicações aprovadas em bula é mais focado quando comparado ao do Botox® e do Dysport®, que possuem um histórico de aprovações mais longo para um número maior de condições.
O Xeomin está registrado na ANVISA pelo número 188020001, com validade até dezembro de 2029, e seu registro é pela empresa Merz Farmacêutica Comercial Ltda.
Agora vamos para os medicamentos biosimilares:
Prosigne®
Prosigne® é feito pelo laboratório chinês Lanzhou Biological Products Institute, que lançou o produto em 1994 com o nome de Hengli® e hoje está em inúmeros paises asiáticos e aqui no Brasil desde 2003. Nos artigos é referida como lanbotulinum toxin A.
Diferente das demais toxinas, a Prosigne® não utiliza albumina humana como agente estabilizador, mas sim gelatina de origem bovina, o que pode justificar uma maior frequência de efeitos adversos, porém sem afetar a efetividade do produto quando comparado com os demais medicamentos referência, muito menos inviabilizar o uso.
No Brasil é comercializada pela Cristália e é disponibilizado em frascos de 50U e 100U, mas o grande foco, ao que me parece, é a venda deste medicamento para serviços publicos via SUS, já que o comercial da empresa é bem carente.
Prosigne® é indicado para o tratamento de diversas desordens neuromusculares, incluindo estrabismo, blefaroespasmo, espasmo hemifacial, torcicolo espasmódico e distonia cervical. Também é aprovado para o tratamento da espasticidade, sendo utilizado em quadros de paralisia cerebral e para auxiliar na reabilitação muscular.
Como é quase regra, suas indicações se estendem ao tratamento da hiperidrose e à melhora temporária da aparência de linhas faciais hipercinéticas
O Prosigne está registrado na ANVISA pelo número 102980317, com validade até março de 2028, e seu registro é detido pela empresa Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Botulift®
Fabricada pelo laboratório sul-coreano Medytox, o Botulift® é chamado fora daqui de Medytoxin® ou Neuronox® e tem uma base científica bem interessante (mas se põe como um biossimilar, identificando-se simplesmente como BTX-A (ou toxina botulinica do tipo A).
É um produto utilizado em muitos paises, sobretudo os asiáticos. O laboratório se envolveu em algumas polêmicas sobre vendas irregulares para a China e Tailandia, mas isso não refletiu aqui no Brasil e as vendas continuaram regularmente.
Oferecido em frasco-ampolas de 50U, 100U, 150U e 200U, foi o segundo medicamento biossimilar a entrar no mercado, ainda em 2010 e conseguiu uma penetração muito boa no mercado nacional e ao mercado da Harmonização Orofacial (ou seja, no mercado odontológico) por forte empenho da Dermadream, empresa que a representava aqui no Brasil naquele momento.
As indicações do Botulift® incluem o manejo do blefaroespasmo, espasmo hemifacial e da distonia cervical em pacientes adultos. Também aprovado para tratar quadros de espasticidade, sendo utilizado para a deformidade do pé equino em crianças com paralisia cerebral e para a espasticidade após acidente vascular cerebral (AVC) em adultos.
E, novamente sua indicação se estende ao tratamento estético de linhas faciais hipercinéticas.
O Botulift está registrado na ANVISA pelo número 106460180, com validade até janeiro de 2030, e seu registro é detido pela empresa Laboratório Químico Farmacêutico Bergamo Ltda.
PORÉM em agosto de 2020, o Laboratório Bergamo acabou sendo vendido para outro grupo, a Blau Farmacêutica, que anunciou o encerramento do contrato de distribuição do Botulift a partir do final de 2025.
Ou seja, tem chance deste medicamento sair do mercado nos próximos meses… Mas continue a leitura que depois concluo este pensamento.
Botulim®
Para entender o Botulim, é preciso dividi-lo em duas fases distintas:
O “Botulim do velho testamento”
Foi lançada em 2018 depois de muitos anos sem novidades no mercado (o Botulift tinha entrado há mais de 8 anos quando surge esta versão do Botulim®). O medicamento era produzido pelo laboratório Hugel, também da Coréia do sul. Na maior parte dos paises da ásia é chamado de Botulax® (mas que pode estar no mercado internacional com vááááários outros nomes: Regenox®, Zentox®, Reage®, Magnion®, Hugel Toxin®, Juvenlife®, Botoshot®, Letybo® - sobre o qual falaremos daqui a pouco).
Entrou no mercado lançou uma idéia que o frasco era “low-vacuum”, para que os profissionais não estranhassem o vácuo menor na hora da reconstituição, e, supostamente, uma formulação com mais de 99% de pureza da toxina botulínica e pequena quantidade de albumina por frasco (que vem em apresentações de 50U, 100U e 200U).
No entanto, a comercialização desta versão do Botulim foi encerrada no final de 2024.
O Novo Botulim
A Blau Farmaceutica mudou completamente o medicamento, mas resolveu sei lá porque cargas dágua manter o mesmo nome de Botulim. Esta nova versão, que passou a ser vendida a partir de fevereiro de 2025) usa EXATAMENTE o mesmo medicamento da Medytox que compõe o Botulift, que acabamos de discutir. Ou seja, o Novo Botulim é um medicamento CLONE do Botulift.
Portanto, hoje, o Botulim “atual” e o Botulift são o mesmo produto, oriundo do mesmo fabricante, mas vendidos sob nomes diferentes pela mesma empresa controladora, a Blau Farmaceutica. Vai ficar mais confuso, aguarde.
O Botulim está registrado na ANVISA pelo número 116370230, com validade até fevereiro de 2035, e seu registro é detido pela empresa Blau Farmacêutica S.A.
Lembrando que hoje só é comercializado a versão nova do Botulim, ou seja, o que é equivalente ao Botulift.
Blautox®
O nome mais infame dos medicamentos a base de toxina botulinica do mercado nacional. Penso que foi daqueles nomes que algum estagiário de marketing da empresa lançou como piada numa reunião qualquer e alguém da diretoria achou que foi um insight genial gostou e resolveu lançar o novo produto com este nome…
Mas, veja você, este medicamento é igual ao Botulift e ao Botulim, já que todos tem têm o mesmo fabricante (Medytox Inc.).
Em resumo, a Blau achou inteligente ter 3 marcas com O MESMO MEDICAMENTO, que é feito pela Medytox da Coréia do sul.
Mas agora minhas conjecturas: EU SUPONHO que logo teremos novidas da Blau Farmacêutica tentando resolver a redundância em seu portfólio. Uma ou duas das marcas poderão sair do mercado em breve, dando lugar para que só uma exista e possa ser oficialmente lançado como alguma “novidade” no mercado. Não faz sentido um laboratório ter 3 marcas biossimilares diferentes para um único medicamento. Isso canibaliza o proprio público, e o comercial disso deve ser um caos…
Sendo o mesmo medicamento, as indicações são comuns a todos (Botulift, Botulim e Blautox): manejo do blefaroespasmo, espasmo hemifacial e da distonia cervical em pacientes adultos, para tratar quadros de espasticidade, sendo utilizados para a deformidade do pé equino em crianças com paralisia cerebral e para a espasticidade após acidente vascular cerebral (AVC) em adultos.
Obviamente, a indicação se estende ao tratamento para a melhora temporária da aparência de linhas faciais hipercinéticas (rugas de expressão).
O Blautox não está a venda ainda, mas está registrado certinho na ANVISA pelo número 116370219, com validade até maio de 2034, também em nome da Blau Farmacêutica S.A.
Nabota®
Se Blautox é um nome ridículo, Nabota fica em um disputado segundo lugar. Funcionaria se fosse remédio pra frieira…
Nabota® entrou no Brasil em 2020, e chegou causando grande comoção, graças a um marketing bastante agressivo da Rennova, empresa que o comercializa por aqui (e que tem vários produtos interessantes). Ela entrou por aqui na esteira da aprovação do FDA para sua molécula, chamada de PrabotulinumtoxinA.

Também produzida na Coréia do Sul (temos 3 de origem sul coreana!), é feita pelo laboratório Daewoong Pharmaceutical, nos EUA é vendida com o nome de Jeuveau®. Esta empresa se meteu em um rolo com a Medytox e as vendas chegaram a ser suspensas nos EUA, mas já está normalizado.
Coisa de filme de espionagem: A Medytox (Botulift, Botulim, Blautox) moveu uma longa ação judicial contra a Daewoong Pharmaceutical , alegando que a Daewoong roubou sua cepa de Clostridium botulinum e segredos do processo de fabricação para desenvolver e produzir o Nabota. Mas tudo se acertou com um acordo para divisão dos lucros das vendas…
Vem apresentada em 4 versões: 50U, 100U, 150U e 200U e ainda está tentando mostrar ao que veio, mas em suas aplicações terapêuticas incluem o manejo do blefaroespasmo essencial benigno e o tratamento da espasticidade focal dos membros superiores associada a acidente vascular cerebral.
O produto também é amplamente utilizado em indicações estéticas, sendo aprovado para a melhora temporária da aparência das rugas glabelares moderadas a severas e das rugas perioculares, também conhecidas como “pés de galinha”.
O Nabota está registrado na ANVISA pelo número 164250006, com validade até fevereiro de 2030, e seu registro é pela empresa Moksha8 Brasil Indústria e Comércio de Medicamentos Ltda.
Letybo®
Lembra do “Botulim do velho testamento”? Pois é, ele não morreu, apenas reencarnou no mercado brasileiro com um novo nome: Letybo®. E nesta reencarnação veio uma extensa campanha de marketing que insiste em dizer que ele é algo que ele não é. Mas o que ele é?
Este é o medicamento original do laboratório sul-coreano Hugel, Inc., o mesmo que por lá é chamado de Botulax® e que circula pelo mundo com uma infinidade de outros nomes como falei lá atrás, incluindo LETYBO, que foi o nome adotado na Europa e nos EUA depois que conseguiu o FDA.
Depois que a Blau Farmacêutica mudou para o novo Botulim no início de 2025, o produto da Hugel ficou temporariamente “órfão” no Brasil, mas quase um ato contínuo, o registro do Letybo surgiu como que fosse algo novo. Mas na prática este medicamento nunca saiu do mercado nacional desde 2018.
Agora, distribuído pela empresa Dermadream Aesthetics. O marketing do Letybo segue a mesma linha que o Botulim original utilizava: destaca a alta pureza da toxina (acima de 99%), obtida por um processo de filtragem e tecnologia patenteada, e a apresentação do frasco com pressão controlada para facilitar a reconstituição.
Para você não se perder na confusão: o Letybo vendido hoje pela Dermadream é, em essência, o mesmo medicamento que era vendido como Botulim até o início de 2025. A mudança foi puramente comercial: a Blau manteve a marca “Botulim” e trocou o produto, enquanto a Dermadream trouxe o produto original de volta com um novo nome.
Pra não restar dúvidas, fizemos até uma aula explicando isso:
Letybo® que tem a molécula com o nome LetibotulinumtoxinA-wlbg é indicado para o tratamento de blefaroespasmo essencial benigno em adultos. O medicamento também é utilizado no tratamento da espasticidade, abrangendo a deformidade do pé equino em crianças com paralisia cerebral e a espasticidade focal dos membros superiores após um acidente vascular cerebral (AVC).
Na estética, o produto é aprovado para a melhora temporária da aparência das rugas glabelares e das linhas cantais laterais
O Letybo está registrado na ANVISA pelo número 176780002, com validade até fevereiro de 2027, e seu registro é detido pela empresa Global Regulatory Partners Brasil Ltda.
Israderm
Nunca use esta marca, fizemos um artigo detalhado sobre isto aqui. É muito importante esta informação, ela não oferece padrão mínimo de segurança para seu uso.
Concluindo
O mercado de Toxina botulínica está muito aquecido, com previsão de crescimento de 7,5% ao ano pelos próximos 5 anos. É gigante, chegará a mais de USD 7 bilhoes em 2027, e só tende a aumentar.
O que é bom, quanto mais produtos no mercado, maior concorrência e melhores vantagens para todos, profissionais e pacientes. O importante é saber tirar proveito destes medicamentos, seja para estética, seja para terapêuticas.
Penso que a toxina botulínica é um dos medicamentos mais versáteis que se tem notícia.
Posso exagerar, mas ao lado do Canabidiol, deve ser um dos medicamentos que tem maior potencial de uso clínico. Não é a toa que em meados de 2017 o Botox (ou melhor, a toxina botulínica) mereceu uma reportagem de capa, indicando que naquele momento haviam mais de 790 estudos clínicos em andamento para os mais diversos usos da toxina.

Convido você a conhecer dois cursos do Instituto Velasco que abordam o tema com todo o detalhamento necessário, com técnicas que não são ensinadas em outros locais: Toxina Botulínica na Estética Facial e o mais recente, e muito completo Toxina Botulinica para DTMs e Dores de Cabeça. que mostra um protocolo muito completo não só para dores de cabeça, mas também para ENXAQUECA!
Aqui abaixo você consegue também baixar todas as bulas e instruções de uso profissional dos medicamentos com registro na Anvisa citados neste artigo, assim poderá ter as informações de todas estas marcas sempre à mão para consulta!
Até a próxima!!
Bulas para Download
Estas são as versões mais atuais baixadas direto da Anvisa no dia da publicação deste artigo, dependendo de quando estiver lendo isso, sugiro que baixe as novas versões no site oficial.









