Olá, pessoinhas! Se você atua na área da harmonização orofacial e busca aprimorar os tratamentos para pacientes acima dos 50 anos, este artigo é para você. A flacidez e a perda de estrutura da pele são queixas universais nesse público, e os bioestimuladores de colágeno surgem como a terapêutica de ouro para reverter esse quadro. Mas será que eles funcionam sempre? Qual escolher? Vamos direto ao ponto e desmistificar o universo desses materiais incríveis.
Afinal, o que é um Bioestimulador de Colágeno?
Antes de mais nada, vamos alinhar os conceitos. Embora o termo "bioestimulador de colágeno" seja popular no Brasil, na literatura científica internacional, esses produtos são classificados como preenchedores semipermanentes ou, de forma mais técnica, bioestimuladores de colágeno.
A grande diferença para um preenchedor convencional de ácido hialurônico é o mecanismo de ação. Enquanto o ácido hialurônico basicamente "tampa o buraco", ou seja, ocupa um espaço para dar volume imediato, o bioestimulador age de forma diferente. Ele é um material particulado que, ao ser injetado, provoca uma resposta controlada do organismo. O corpo reconhece essas partículas e, em resposta, inicia um processo que resulta na produção de novas fibras de colágeno.
Em resumo: o volume e a firmeza que vemos não vêm do produto em si, mas do colágeno que o seu paciente produz em resposta a ele. O resultado é mais natural, progressivo e, o mais importante, trata a qualidade da pele de dentro para fora.
Da Ciência à Prática: O Poder Transformador dos Bioestimuladores de Colágeno
Potencialize sua prática em harmonização facial com o conhecimento científico e técnico que está revolucionando a estética moderna. Dos fundamentos à aplicação avançada, torne-se especialista nos Bioestimuladoresde colágeno que oferecem resultados duradouros e naturais para seus pacientes.
Os Principais Tipos de Bioestimuladores no Mercado Brasileiro
No Brasil, temos acesso a uma gama fantástica de produtos industrializados (os chamados "de prateleira"), cada um com suas particularidades. Vamos analisar os principais.
Hidroxiapatita de Cálcio (CaHA): O Versátil
A hidroxiapatita de cálcio é, talvez, um dos bioestimuladores mais conhecidos e estudados. Ela é composta por microesferas de CaHA suspensas em um gel carreador (geralmente carboximetilcelulose).
Marcas Principais: Radiesse® (Merz) e Renova Diamond® (Renova), mas tem muitos outros entrando a cada dia
Como Funciona: Nosso corpo já possui hidroxiapatita de cálcio, então ele tem enzimas para degradá-la. Macrófagos se unem, formando "células gigantes", para fagocitar lentamente as microesferas. Esse processo inflamatório controlado estimula os fibroblastos a produzirem um colágeno denso e de qualidade ao redor das partículas.
Aplicações: Pode ser usada pura para volumização ou "hiper diluída" para um estímulo dérmico mais espalhado, melhorando a firmeza geral do rosto sem adicionar volume significativo. É uma excelente opção para quem busca versatilidade.
Evolução Híbrida: O Harmonica® (Allergan/AbbVie) é um produto interessante que combina CaHA com ácido hialurônico em uma única seringa, oferecendo um efeito imediato de volume (pelo AH) e um estímulo de colágeno a longo prazo (pela CaHA).
Ácido Poli-L-Láctico (PLLA): O Veterano de Longa Duração
O PLLA é um polímero sintético que está no mercado há décadas, conhecido por sua eficiencia e e durabilidade.
Marcas Principais: Sculptra® (Galderma) e Renova Elleva® (Renova).
Como Funciona: Diferente da CaHA, o PLLA é degradado por hidrólise, ou seja, pela simples presença de água no tecido. O corpo não consegue acelerar esse processo. Isso significa que ele permanece no organismo por mais tempo, com um pico de produção de colágeno que pode ultrapassar os 12 meses.
O Pulo do Gato (e o Calcanhar de Aquiles): O PLLA vem na forma de um pó liofilizado composto por "lascas" ou cristais. Essa forma irregular aumenta o risco de agregação das partículas, podendo formar nódulos se a reconstituição e a técnica de aplicação não forem perfeitas. O debate sobre o tempo de hidratação (de 48 horas a preparos mais imediatos) é constante, mas a pressa aqui pode ser inimiga da perfeição.
A Nova Geração: PDLLA e a Promessa do Equilíbrio
Uma evolução direta do PLLA, o PDLLA (Ácido Poli-D, L-Láctico) chegou para corrigir algumas das fragilidades de seu antecessor.
Marca Principal: AESTHEFIL®.
Como Funciona: O PDLLA é um "enantiômero", uma molécula espelhada do PLLA. Essa pequena mudança estrutural o torna mais amorfo (menos cristalino) e, consequentemente, degrada-se mais rápido por hidrólise. Para compensar o menor tempo de permanência, ele é apresentado em microesferas porosas. A teoria é que os poros aumentam a área de contato com o tecido, potencializando a produção de colágeno.
Potencial: Clinicamente, os resultados são excelentes. O PDLLA se posiciona como um intermediário promissor entre a segurança da CaHA e a potência do PLLA. Contudo, por ser mais novo, ainda aguardamos mais estudos histológicos robustos que comprovem em detalhes a eficácia dessa porosidade.
Policaprolactona (PCL): Longevidade Programada
O PCL é um polímero único, com uma proposta muito inteligente.
Marca Principal: Ellansé® (Sinclair).
Como Funciona: O PCL é apresentado em microesferas perfeitamente lisas, o que minimiza muito o risco de reações adversas e nódulos. Sua grande vantagem é que o tamanho das cadeias do polímero pode ser controlado na fabricação, resultando em produtos com longevidade previsível (versões que duram 1, 2, 3 ou até 4 anos).
Prós e Contras: O Ellansé é imbatível na melhora da qualidade e do viço da pele. O resultado é simplesmente espetacular. No entanto, sua longa duração é uma faca de dois gumes. Um resultado que dura 4 anos é ótimo, mas uma complicação (como um granuloma de corpo estranho) que também dura 4 anos pode se tornar um grande problema. É uma ferramenta poderosa, mas que exige uma seleção de paciente e um planejamento muito criteriosos.
Então, qual o melhor bioestimulador?
A resposta certa é: depende do seu paciente. Não existe um único produto superior em tudo. A escolha ideal é uma equação que envolve:
O objetivo principal: É mais volume ou mais firmeza?
A qualidade da pele: Uma pele muito fina e desestruturada pode se beneficiar mais de um estímulo dérmico com produtos diluídos.
O histórico do paciente: Há histórico de reações a outros produtos?
A expectativa de tempo: O paciente quer um resultado mais rápido ou está disposto a esperar por um efeito mais duradouro?
Conhecer a fundo cada um desses biomateriais, seus mecanismos de ação, vantagens e riscos, é o que transforma um bom profissional em um verdadeiro expert. Dominar essa prateleira de opções é o que nos permite entregar tratamentos verdadeiramente personalizados e seguros, devolvendo não apenas o colágeno, mas a autoestima de nossos pacientes. E é por isso que você tem que assistir a aula acima!
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