Os fios de sustentação são procedimentos minimamente invasivos que ganharam popularidade nos últimos anos no campo da harmonização facial. Apesar de sua origem remontar à década de 1950, estes dispositivos continuam evoluindo em materiais e técnicas de aplicação. Este artigo aborda os principais tipos de fios disponíveis no mercado, seus mecanismos de ação e considerações importantes para profissionais e pacientes.
Tipos de Fios e Mecanismos de Ação
Os fios de sustentação podem ser classificados em dois grandes grupos: permanentes e absorvíveis. Os fios permanentes, como os de polipropileno, foram os primeiros a serem utilizados, porém apresentam limitações significativas, especialmente pela dificuldade de remoção caso ocorram complicações. Como mencionado no debate entre especialistas, a remoção destes fios "não é uma cirurgia suave, é uma cirurgia grande".
Já os fios absorvíveis apresentam vantagens consideráveis, sendo os principais:
PDO (Polidioxanona): São os mais comuns no mercado. Estudos mostram que estes fios começam a perder resistência em aproximadamente 15 dias e são completamente absorvidos entre 4-5 meses.
PLLA (Ácido Poli-L-láctico): Material semelhante ao usado no Sculptra, com tempo de absorção mais prolongado.
PCL (Policaprolactona): Material similar ao Ellansé, com duração intermediária e boa bioestimulação.
Quanto à estrutura, os fios podem apresentar formatos diferentes, entre eles:
COG: Fios com espículas cortadas diretamente do corpo do fio, que tendem a degradar rapidamente (em cerca de 14-20 dias).
Press COG: Fios com espículas moldadas e prensadas, que ultrapassam o diâmetro do fio, oferecendo maior durabilidade e sustentação.
Silhouette: Fios com cones bidirecionais, que proporcionam maior tração, porém com custo significativamente mais elevado.
O principal efeito dos fios não vem da sustentação mecânica em si, mas da bioestimulação. À medida que o material se degrada, provoca uma resposta inflamatória controlada que estimula a produção de colágeno, formando um "cordão colágeno" que mantém o efeito lifting por mais tempo que o próprio fio.
Técnicas de Aplicação e Considerações Anatômicas
O traçado e posicionamento dos fios são fundamentais para o resultado final. Discussões entre especialistas apontam que técnicas originadas na Ásia podem não ser adequadas para pacientes ocidentais devido às diferenças nas características faciais e nos objetivos estéticos.
Para resultados naturais em pacientes ocidentais, recomenda-se:
Traçados curvados em vez de retos, especialmente na região malar, para melhor volumização e reposicionamento do tecido.
Atenção às áreas de sustentação natural da face, como os pontos de ancoragem temporal e zigomático.
Evitar a colocação excessiva de fios na região media da face, que pode resultar em volume exagerado e artificial.
Na região do pescoço, há controvérsias sobre a eficácia dos fios para melhorar o contorno cervical. Especialistas alertam que o movimento de tração lateral pode ser contrário ao desejável anatomicamente, uma vez que cirurgias convencionais de lifting cervical envolvem a plicagem do músculo platisma (aproximando as bordas musculares) e não seu estiramento. Alternativas como o padrão em "corselê" ou técnicas que promovam o fechamento - e não o estiramento - do platisma podem ser mais adequadas.
Protocolos de Tratamento e Integração com Outros Procedimentos
Um ponto crucial destacado pelos especialistas é que os fios de sustentação não devem ser vistos como um tratamento único, mas como parte de um protocolo integrado. Algumas considerações importantes:
O efeito dos fios não é permanente. Para resultados consistentes, recomendam-se ao menos três aplicações com intervalos de aproximadamente cinco meses, seguidas de manutenções semestrais ou anuais.
A sequência de procedimentos deve ser personalizada. Para pacientes com perda significativa de volume, pode ser preferível realizar preenchimentos antes dos fios. Já para pacientes com excesso de flacidez e boa volumização, os fios podem preceder os preenchimentos.
A metáfora da "tenda de circo" é útil para entender a integração entre preenchimentos e fios: os preenchimentos atuam como "pilares" fornecendo estrutura e suporte, enquanto os fios funcionam como "cordas" que esticam e reposicionam o tecido.
Realizar fios e preenchimentos na mesma sessão pode ser arriscado, pois os procedimentos envolvem movimentos opostos (tração e modelagem), podendo causar migração do preenchedor ou resultados imprevisíveis.
A qualidade da pele é determinante para o resultado final. Pacientes com pele muito fina ou danificada podem não responder bem ao procedimento, resultando no indesejável efeito "papel crepom".
Em conclusão, os fios de sustentação representam uma evolução nas técnicas de harmonização facial, oferecendo resultados significativos quando corretamente indicados e aplicados. O conhecimento profundo dos materiais, técnicas e princípios anatômicos é essencial para maximizar os benefícios e minimizar os riscos deste procedimento cada vez mais popular na medicina estética.
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