O PDRN (Polidesoxirribonucleotídeo) é um composto que tem despertado interesse na medicina regenerativa e estética devido a seus potenciais benefícios na regeneração celular. Seu principal mecanismo de ação está relacionado à Salvage Pathway, uma via metabólica que permite a regeneração celular utilizando nucleotídeos provenientes de células lesadas.
Um dos aspectos mais relevantes do PDRN é sua capacidade de auxiliar na reparação do DNA celular. Durante o processo natural de replicação celular, existe sempre a possibilidade de ocorrerem danos ao DNA. Quando isso acontece, a célula pode seguir três caminhos: interromper temporariamente sua reprodução até conseguir reparar o dano, entrar em estado de senescência (onde para de se reproduzir definitivamente), ou seguir para a apoptose (morte celular programada).
O PDRN atua fornecendo "blocos de construção" (nucleotídeos) que podem ser utilizados pela célula para reparar seu DNA danificado, potencialmente evitando que entre em estado de senescência. Este mecanismo é particularmente interessante porque a senescência celular está diretamente relacionada ao processo de envelhecimento.
Além deste mecanismo principal, o PDRN também interage com receptores A2 presentes em células importantes para a regeneração tecidual, como fibroblastos, osteoblastos e condroblastos. Estas células são responsáveis pela produção de colágeno em diferentes tecidos: os fibroblastos no tecido mole, os osteoblastos no tecido ósseo e os condroblastos na cartilagem.
Ao se ligar aos receptores A2, o PDRN estimula a liberação de diversos fatores de crescimento, incluindo VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), EGF (fator de crescimento epitelial) e FGF (fator de crescimento fibroblástico). Este processo promove a angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos) e auxilia na reparação tecidual, além de apresentar efeitos anti-inflamatórios através da liberação de interleucinas específicas.
Entretanto, é importante notar que, apesar do entusiasmo em torno do PDRN, ainda existem questionamentos sobre sua real efetividade em comparação com outras terapias já estabelecidas, como os Agregados Plaquetários (PRF/PRP). Enquanto o PDRN possui cerca de 300 estudos publicados, os agregados plaquetários contam com mais de 14.000 trabalhos científicos, demonstrando uma base de evidências muito mais robusta.
A maioria dos estudos sobre PDRN está focada em aplicações terapêuticas como tratamento de úlceras, lesões diabéticas, retalhos de pele e regeneração óssea. Seu uso em procedimentos estéticos é relativamente recente e ainda carece de estudos mais aprofundados.
Enquanto o PDRN apresenta mecanismos de ação promissores, especialmente na regeneração do DNA celular, ainda é necessário mais pesquisa para comprovar sua superioridade em relação a outras terapias existentes, particularmente no campo da estética.
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