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Transcrição

PDRN realmente funciona? Tudo que você precisa saber sobre o tal "DNA de Salmão".

Tudo que você precisa saber sobre o PDRN mas ninguém te fala!

O PDRN (Polidesoxirribonucleotídeo) é extraído das gônadas de salmão, em um processo industrial que difere muito das imagens sensacionalistas apresentadas em algumas aulas. O material é obtido através do processamento do "milt" (gônadas) de salmão, que é um subproduto da indústria pesqueira. Este material passa por processos de desidratação e processamento em laboratório para se transformar em DNA sódico, que contém nucleotídeos com cadeias que podem variar de 60 a 2.200 pares de bases. O uso de células reprodutivas é estratégico, pois estas não possuem receptores de superfície específicos que poderiam desencadear reações imunológicas no organismo receptor.

O Mecanismo de Ação e Evidências Científicas

O principal mecanismo de ação do PDRN está relacionado à chamada Salvage Pathway (via de salvamento), onde os nucleotídeos fornecidos são utilizados para reparar células danificadas. O produto também atua através de receptores A2 presentes em células como fibroblastos, osteoblastos e condroblastos, estimulando a produção de fatores de crescimento como VEGF, EGF e FGF. No entanto, das 304 publicações existentes sobre o PDRN, a grande maioria está relacionada ao tratamento de lesões e feridas, com pouquíssimos estudos voltados para a área estética. Em comparação, os agregados plaquetários (PRF/PRP) possuem mais de 14 mil publicações científicas, demonstrando uma base de evidências muito mais robusta.

A Questão Regulatória e Marketing

Um ponto crítico na utilização do PDRN no Brasil é sua regularização como cosmético, quando deveria ser registrado como medicamento injetável. Os produtos disponíveis no mercado, como o Sapir e o Evo PDRN, têm registro apenas para uso tópico, apesar de virem acompanhados de agulhas para aplicação. Esta irregularidade coloca os profissionais em risco legal, pois em caso de complicações, não há respaldo para o uso injetável. O marketing agressivo tem promovido o produto como revolucionário, mas faltam estudos comparativos que comprovem sua superioridade em relação a outras terapias já estabelecidas. As empresas optam pelo registro como cosmético para evitar o processo mais rigoroso e demorado de registro como medicamento, que pode levar até dois anos e exige extensivos testes clínicos.