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Rejuvenescimento Facial Com Fios De Pdo: Breve Análise

Os fios de Polidioxanona (PDO) revolucionaram a Harmonização Orofacial ao oferecer uma alternativa minimamente invasiva para o tratamento da flacidez e para o estímulo de colágeno, promovendo o tão desejado efeito lifting sem a necessidade de cirurgia. A relevância do tema é inquestionável, visto que os fios de PDO se tornaram um dos procedimentos mais procurados nos consultórios. Dominar sua aplicação é essencial para o profissional que deseja oferecer resultados de sustentação e rejuvenescimento facial de forma segura e eficaz.

Em sua breve e objetiva análise, Carolina Ferreira contextualiza o uso dos fios de PDO no crescente mercado estético brasileiro, explicando o processo natural de envelhecimento e como essa tecnologia atua para combatê-lo. O trabalho explora os materiais, as técnicas e as vantagens do procedimento, destacando seu baixo potencial alergênico e o alto índice de satisfação dos pacientes. A monografia serve como um excelente guia introdutório, esclarecendo os fundamentos necessários para uma prática segura.

Apresentado para a conclusão da especialização em Harmonização Orofacial do Instituto Velasco, o TCC de Carolina Ferreira é uma porta de entrada para o fascinante universo dos fios de PDO. Convidamos à leitura deste trabalho claro e conciso, ideal para profissionais que buscam uma compreensão sólida e direta sobre essa técnica fundamental, permitindo aprimorar seus protocolos e entregar resultados que unem naturalidade e rejuvenescimento.


INTRODUÇÃO

O corpo humano, com o passar dos anos, inicia o processo de redução da produção de colágeno, iniciando assim o processo de envelhecimento. A perda de firmeza da pele é o resultado desta condição e inclui vários efeitos colaterais menos desejados, como degeneração facial e ptose (ênfase na prega nasolabial, “bigode chinês” proeminente, formação de sulco mentoniano, bochechas de “buldogue” etc.). De acordo com Cotofana e Lachman (2019), o envelhecimento é um processo que envolve vários fatores, como as alterações fisiológicas e morfológicas que envolvem os ossos, músculos, ligamentos, gordura, fáscia e pele, com todas as suas camadas. Nesse sentido, existem técnicas e procedimentos de tratamento, específicos para atuar nos compostos esqueléticos e nos tecidos moles.

Embora não exista uma fórmula milagrosa para prevenir o processo de envelhecimento facial, existem pesquisas sérias que apresentam resultados de algumas técnicas e métodos que podem ajudar a retardar ou prevenir esse processo. As opções disponíveis variam desde restauração de volume (volumizadores como hidroxiapatita de cálcio, ácido hialurônico etc.) até procedimentos cirúrgicos estéticos de alteração da conformação facial (COTOFANA e LACHMAN, 2019).

A operação plástica facial é uma intervenção cirúrgica que procura beneficiar os interessados em questões das correções de problemas funcionais e também na aparência. A blefaroplastia, cirurgia dos olhos, o procedimento cirúrgico mais procurado no Brasil nos anos de 2003 a 2004 (SABATOVICH e SABATOVICH, 2004), objetiva melhorar e reduzir as rugas estáticas formadas na região orbitária e corrigir os problemas de redução do campo visual. No entanto, há necessidade de avaliação e seleção dos pacientes, de modo a garantir que os resultados sejam os esperados e que os riscos cirúrgicos sejam reduzidos. Risco cirúrgico sempre existe em qualquer procedimento operatório, pois trata-se de uma intervenção que requer a detalhada avaliação da saúde geral do paciente, não apenas das condições da pele. No caso da blefaroplastia, por exemplo, podemos citar a necessária avaliação do risco cirúrgico por um cardiologista, profissional anestesista, às vezes um alergologista, avaliação oftalmológica, diagnósticos bioquímicos e hematológicos. Além de todo esse preparo, há necessidade de acompanhamento pós-operatório, por um longo período, no qual o paciente poderá apresentar alguns problemas e complicações, como infecções, cicatrizações inadequadas, cistos, edemas, distorções, disfunções da glândula lacrimal, entre outras (SABATOVICH e SABATOVICH, 2004).

A busca por procedimentos menos invasivos é uma alternativa, na qual os riscos são muito menores e o tempo de recuperação pós-intervenção também é reduzido.

Existem várias outras técnicas menos invasivas, envolvendo a harmonização facial e procedimentos estéticos como as intradermoterapias, os peelings físicos e químicos, as técnicas de preenchimento, aplicação de toxina botulínica - Botox®, e as técnicas cirúrgicas de pequeno porte, os quais se apresentam mais vantajosos, em alguns casos, no tratamento e harmonização facial.

Uma das estratégias ou técnicas é o uso de bioestimuladores de colágeno, incluindo a aplicação de fios de sutura, denominada por alguns autores, de Uplifting cervicofacial com fios. Os fios de sutura são responsáveis por promover um efeito contínuo no músculo (levantamento) e estimular a produção de colágeno (SABATOVICH, KEDE, 2004).

O Dr. Garabet (2022) afirma que, de acordo com levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, tem crescido a procura por procedimentos faciais menos invasivos, como resultado do avanço tecnológico, descoberta de novas técnicas, aumento do número de profissionais habilitados, além dos múltiplos benefícios estéticos: menor complexidade de execução, possibilidade de serem realizados em consultórios e clínicas, menor tempo de recuperação, valores mais acessíveis entre outros (GARABET, 2022).

De acordo com Dr. Garabet (2022), os seis principais procedimentos estéticos faciais menos invasivos são: aplicação de toxina botulínica, preenchimento facial com ácido hialurônico, microagulhamento, aplicação do ácido poli-L-lático, aplicação do fio tensor Silhouette e aplicação de fios de PDO (GARABET, 2022).

O presente trabalho irá apresentar uma breve análise da harmonização facial baseada na aplicação de fios de PDO.


OBJETIVOS

Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é apresentar os conceitos sobre rejuvenescimento e envelhecimento facial, e realizar uma breve análise de um dos métodos de harmonização, em especial o uso dos fios de PDO, desde indicações, vantagens e contraindicações, bem como os eventos adversos relacionados à instalação dos fios de polidioxanona.

Objetivos específicos

Para a análise na leitura de conceitos e de pesquisas transversais sobre eficácia, longevidade, segurança das garras permanentes e risco de eventos adversos graves relacionados ao procedimento, foram adotados os seguintes objetivos específicos:

  • Definir alguns dos procedimentos estéticos faciais;

  • Enunciar quais as melhores técnicas de harmonização facial, com uso de fios de PDO – polidioxanona.


METODOLOGIA

No desenvolvimento deste trabalho o método adotado é o descritivo-explicativo, baseado na pesquisa bibliográfica. Segundo Gil (2007), pesquisa é definida como o:

(...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos, a pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.

O levantamento bibliográfico foi realizado com base em sites com idoneidade conhecida como SCIELO, LILACS, MEDLINE, artigos do Google Acadêmico, materiais de aula, vídeos do Instituto Velasco, do YouTube e livros da biblioteca virtual Pearson.


JUSTIFICATIVA

O uso de fibras de suporte no tratamento de enfermidades faciais e corporais ganhou impulso no início dos anos 2000, com a introdução das fibras permanentes (cordão espinhoso russo, cordão búlgaro e fio de ouro). No entanto, problemas de curto e longo prazo e efeitos colaterais indesejados dos implantes permanentes decepcionaram os profissionais, levando-os a abandonar a prática clínica. Em muitos casos, os enchimentos permanentes se tornaram “pesadelos permanentes” para pacientes e especialistas.

Na busca por procedimentos seguros que sustentassem o tecido facial e, ao mesmo tempo, causassem efeitos colaterais limitados, surgiu o uso de fibras de suporte de tração. É importante ressaltar que tais cordões não se destinam a substituir ou competir com a ritidectomia, com ou sem cirurgia plástica, ou apenas nos casos em que a intervenção cirúrgica não é possível devido ao estado geral de saúde do paciente.


DESENVOLVIMENTO

Características da pele e o envelhecimento

Uma das primeiras medidas do profissional em harmonização facial é a avaliação detalhada das características e do biotipo da pele do cliente. A definição do biotipo cutâneo auxilia na seleção do procedimento a ser adotado e as estratégias de harmonização facial. Para isso, o profissional deve empregar inicialmente a limpeza e higienização da face, pescoço e colo, seguidas pelo exame visual com uso da lupa e iluminação adequada, e a técnica de apalpação tátil.

Os biotipos de pele são classificados em (OLIVEIRA, PEREZ, 2008):

  • Eudérmica: pele com secreções equilibradas, cor e textura normais, óstios finos, boa hidratação e elasticidade (Fig. 1);

  • Alípica ou seca: trata-se de uma pele opaca, com óstios pouco visíveis, espessura fina, com insuficiente secreção sebácea, muito sensível a cosméticos abrasivos e com tendência à formação de linhas de expressão (Fig. 2);

  • Lípica ou oleosa: óstios dilatados, muita secreção sebácea e sudorípara, brilhante, pele espessa, tendência aos comedões (Fig. 3);

  • Mista: regiões T da testa, nariz e mento com óstios visíveis e oleosidade, laterais da face eudérmica ou alípica (Fig. 4).

Figura 1 – Pele eudérmica ou normal. Fonte: DanieBueno Blog
Figura 1 – Pele eudérmica ou normal. Fonte: DanieBueno Blog

Figura 2 – Pele alípica ou seca. Fonte: DanieBueno Blog
Figura 2 – Pele alípica ou seca. Fonte: DanieBueno Blog
Figura 3 – Pele lípica ou oleosa. Fonte: DanieBueno Blog
Figura 3 – Pele lípica ou oleosa. Fonte: DanieBueno Blog
Figura 4 – Pele mista. Fonte: DanieBueno Blog
Figura 4 – Pele mista. Fonte: DanieBueno Blog

Observa-se que o biotipo cutâneo reflete características genéticas e de hábitos alimentares, por isso na anamnese é importante para o profissional obter as informações que possam influenciar a seleção do procedimento, sua execução e a etapa de recuperação.

O envelhecimento cutâneo caracteriza-se pelas alterações de aspecto e de comportamento da pele, em função das modificações da fisiologia, processos de assimilação de nutrientes, velocidade do ciclo de reprodução celular e agressões ocorridas durante o período evolutivo da vida. As modificações das camadas da pele são assim descritas por Oliveira e Perez (2008):

  • Envelhecimento da epiderme: a camada basal se desorganiza, ocorrendo o achatamento da junção dermoepidérmica (Figura 5), diminuindo também as importantes células de defesa;

  • Envelhecimento da derme: ocorre a diminuição de células de sustentação, o colágeno se torna mais rígido, o que interfere na perda da elasticidade e diminuição das proteínas;

  • Envelhecimento da hipoderme ou tela subcutânea: com o passar dos anos ocorre a fragilidade capilar, alguns vasos podem se romper, causando manchas arroxeadas, e a musculatura vai se atrofiando, com a perda da massa magra;

  • Perdas gerais: redução da absorção de água, perda do manto hidrolipídico, surgimento de pruridos, redução do número dos melanócitos, com alteração da coloração da pele (discromias), redução da atividade das glândulas sebáceas e sudoríparas, redução da atividade dos pelos (Fig. 6).

Figura 5 – Pele e anexos. Fonte: DanieBueno Blog
Figura 6 – Alterações da pele no envelhecimento. Fonte: Dermatosaúde

O fotoenvelhecimento é caracterizado pelas alterações da pele resultantes da exposição excessiva ou prolongada à luz ultravioleta (UV). Quanto maior a exposição, em termos de intensidade e duração, maiores são os danos. O Dr. Richard Glogau criou uma classificação dos danos causados pela exposição solar, que ficou conhecida como Classificação de Glogau do Fotoenvelhecimento (Fig. 7).

Figura 7 – Fases do fotoenvelhecimento por Glogau. Fonte: T. M. CALLAGHAN & K.-P. WILHE. Int. J. Cosmet. Sci. (2008) 30, 323-332

Considerando-se os fatores genéticos associados à ação do fotoenvelhecimento, a avaliação facial do profissional é de suma importância para melhor orientação do paciente e seleção das técnicas e procedimentos seguros e de resultados satisfatórios.

Rejuvenescimento e harmonização facial

A busca pela saúde é uma constante na vida das pessoas e, neste sentido, o desejo de se sentir bem faz parte. Por este motivo, o envelhecimento e a alteração da aparência é um fator que interfere na saúde das pessoas, em termos de sentimentos. Outro fator importante é a autoestima. As pessoas possuem o desejo de serem aceitas na sociedade, porém a autoaceitação passa pela necessidade de se ver no espelho e agradar o que vê. Assim, mulheres e homens buscam profissionais que sejam capazes de retardar o mecanismo de envelhecimento, por meio de técnicas que resultem no rejuvenescimento e na harmonização facial.

A harmonização orofacial foi resumida por Velasco (2021), como: “Melhorar, não mudar. Evolução, não revolução.” Trata-se de uma área da odontologia que se dedica aos estudos e aplicações de métodos e técnicas capazes de corrigir e harmonizar o contorno e estrutura facial, com base nos estudos de anatomia e dos processos de envelhecimento, em busca da elevação da autoestima dos pacientes.

De acordo com a Dra. Morais (2021):

Procedimentos para rejuvenescimento facial podem ser realizados tanto por intervenções cirúrgicas, como procedimentos menos invasivos, dependendo do grau de frouxidão do tecido, a avaliação do profissional e/ou preferência do paciente.

O rejuvenescimento requer a adoção de tratamentos que possam eliminar e suavizar as linhas de expressão e rugas, alteração e recuperação da cor e textura da pele, redução ou eliminação da flacidez. Para atingir tais objetivos, torna-se imprescindível buscar tratamentos que procurem relaxar os músculos tensionados, recuperar volume perdido e reestabelecer o equilíbrio dos contornos da face, que podem ser baseados (LOPANDINA, 2018 apud MORAIS, 2021):

a) Na aplicação de plasma rico em plaquetas;
b) Aplicação de toxina botulínica;
c) Uso de preenchedores faciais (Fig. 8);
d) Uso de bioestimuladores de colágeno;
e) Fototerapias;
f) Uso de fios de tensão absorvíveis.

As áreas onde podem ser realizados procedimentos de harmonização facial são: contorno do rosto, visando melhorar e corrigir assimetrias; mandíbula, para definir e alongar; malar, para projetar as maçãs do rosto; sobrancelhas para abrir o olhar; lábios, visando aumentar o volume; nariz, para elevar e alinhar; e queixo, para aumentar ou projetar (Pro Corpo Estética, 2022).

Figura 8 – Harmonização facial com preenchedores Fonte: Pro Corpo Estética

As técnicas regenerativas surgiram em procedimentos baseados exclusivamente na compressão da pele para enfocar uma variedade de planos de dissecção e fixação: subcutâneo, sub-SMAS (sistema aponeurótico muscular superficial) e subperiosteal.

Sabe-se agora que, não importa qual procedimento usado, qualquer procedimento de aumento facial deve levar em consideração o fato de que o tecido profundo precisa ser regenerado ou reabastecido antes de puxar e secar a pele.

Em todas as técnicas, a formação de tecido mole com absorção ou não absorção é importante.

A cirurgia de exposição com remoção do excesso de pele tem sido o padrão por décadas, fornecendo uma solução sólida e muitas vezes discriminatória. O conhecimento recente e o reconhecimento de vetores a serem usados para obter uma altura de tecido mais elevada melhoraram os resultados pela transformação do tecido da ptose mole em uma posição vertical anatômica.

No entanto, as intervenções cirúrgicas estão associadas a possíveis complicações, como infecção, necrose cutânea, hematoma, seroma e danos aos nervos faciais frontal e lateral, além de riscos que envolvem anestesia geral ou mesmo sedação consciente. Também estão associadas a cicatrizes visíveis e longevidade. Em muitos casos, os pacientes preferem procedimentos menos invasivos e estão dispostos a negociar um grau modesto de melhora estética em troca de uma redução na doença (RBCP, CLÓ et al, 2019).

O rejuvenescimento não volumétrico que é oferecido para uma variedade de intervenções, incluindo injeções de vários géis ou óleos, adiciona uma “terceira dimensão” à regeneração facial.

O preenchimento pode causar inchaço da face com contornos não naturais, aparentemente convertendo o centro de gravidade na face para o terço inferior, na superfície da pele, mas não eleva adequadamente o tecido inferior, um passo importante para alcançar uma aparência jovem.

Harmonização facial com fios de PDO

Fios de sustentação ou lifting cervicofacial

Existem no mercado dezenas de tipos e modelos de fios de sustentação, os quais são aplicados pelo profissional habilitado, de acordo com as condições e necessidades do paciente. Existem basicamente dois tipos de fios: os fios denominados absorvíveis (linha de silhueta e linha em pó) e não absorvíveis, e os cordões duráveis (cordões russos, cordões de ouro, cordões búlgaros), sendo a principal diferença entre essas duas categorias o tipo de material do fio e seu comportamento no tecido humano (WU, 2004).

Dentro dessas duas categorias de fios, ainda existe outra categorização, criada de acordo com o modelo de fio: fios lisos, fios pontiagudos (com garras), cordões em cones etc., cada um com uma finalidade específica.

As fibras retas, por exemplo, são fibras mais leves e eficazes, que além de rejuvenescer o colágeno e melhorar a qualidade da pele, não são capazes de promover a iluminação. Por outro lado, os fios com garras e cones, além de ter um efeito estimulante, são capazes de promover a formação de tecido de sustentação.

O uso de suturas faciais não é um conceito novo. Esse procedimento envolve a passagem das suturas sob a pele facial e pescoço para compensar a queda e falha do tecido, evita grandes cortes e reduz significativamente o tempo de recuperação (WU, 2004).

Os fios surgiram no Brasil após o ano 2000, mais precisamente em 2005, quando chegou a série PDO (polidioxanona) criada na Coreia do Sul (INAESP, 2022). A série Polidioxanona responde atualmente por 80% dos fios utilizados no mundo, inclusive no Brasil. O mercado tem crescido exponencialmente nos últimos anos, com a introdução de novas tecnologias e exigindo constantemente estudo e dedicação, além de vigilância. Os fios PDO originaram-se no Brasil como fibras lisas para bioestimulação do colágeno e hoje temos fios espiculados, que são os fios mais fortes para um lifting facial. Essas fibras são absorvíveis, biocompatíveis, apatogênicas, não alergênicas e não tóxicas. Os fios dentro da pele começam a ser absorvidos em média de 6 meses, mas sua estimulação do colágeno pode durar 2 anos, dependendo do tipo de tecido e da quantidade fixada (INAESP, 2022).

Existem muitos tipos de fios, que podem ser lisos (principalmente as utilizadas para bioestimulação do colágeno), torcidos (mais agressivos e mais eficazes na regeneração da neocolagênese) ou espiculados (maiores, proporcionando maior efeito de tração e levantamento imediatamente após o implante). A combinação de fios com diferentes características permite o uso em diversos tratamentos faciais e corporais: melhora de rugas e sulcos profundos, redução de rugas, definição do contorno facial, tratamento de estrias e celulite, correção de pele pós-lipoaspiração, entre outros (PAPAZIAN, 2018).

O uso de fios PDO é um método seguro e eficaz, mas certas complicações também podem ocorrer e incluem dor, desconforto, eritema, edema, infecção, abrasões, assimetrias, migração do fio, granulomas, alterações cutâneas, formação de tecido, quebra e extrusão completa. Além de infecção de implantes de fios PDO e inflamação da pele na área a ser tratada. Doenças autoimunes e oncológicas, incidência de queloides, coagulopatias, distúrbios neuropsiquiátricos, gravidez e lactação, pessoas obesas, pessoas com hepatite ou HIV, o tratamento é menos eficaz ou não indicado. Em pessoas aptas pode ser a opção mais segura para melhora da face. Além disso, sugere-se que fios com garras têm o efeito de fazer o rosto parecer mais consistente e pode ser melhor.

O uso de fibras de suporte no tratamento de enfermidades faciais e corporais ganhou impulso no início dos anos 2000, com a introdução das fibras permanentes (cordão espinhoso russo, cordão búlgaro e fio de ouro). No entanto, problemas de curto e longo prazo e efeitos colaterais indesejados dos implantes permanentes decepcionaram os profissionais, levando-os a abandonar a prática clínica. Em muitos casos, os enchimentos permanentes se tornaram pesadelos permanentes para pacientes e especialistas (INAESP, 2022).

Na busca por procedimentos seguros que sustentassem o tecido facial e, ao mesmo tempo, causassem efeitos colaterais limitados, surgiu o uso de fibras de suporte de tração. É importante ressaltar que tais cordões não se destinam a substituir ou competir com a ritidectomia, com ou sem cirurgia plástica ou apenas nos casos em que a intervenção cirúrgica não é possível devido ao estado geral de saúde do paciente (BARRETT, 2016).

A polidioxanona (PDO) é uma substância sintética e em decomposição, usada por mais de duas décadas como fibras de sutura por urologistas, gastroenterologistas e oftalmologistas, e atualmente está sendo usada como um material de suporte facial eficaz. A inserção de fibras PDO na derme ou subderme em si causa trauma local durante a injeção contendo a agulha, o que promove a separação mecânica dos tecidos locais e danos aos pequenos vasos sanguíneos. Esse distúrbio local resulta em um rápido processo inflamatório, seguido pela produção final de tecido de reparo fibrocolágeno (HELLINGER, 2007).

A rápida resposta inflamatória local é proporcional ao tamanho e comprimento do tecido implantado e dos tecidos afetados por esse processo, e este é um primeiro passo importante na formação da neocolagênese (HELLINGER, 2007).

A inflamação local causa a hidrólise do fio de PDO, que visa à desintegração do corpo externo, com um processo que se completa após sete a nove meses. Em vez do corpo externo, é formado um tecido vermelho, composto de fibrina, elastina e colágeno. A duração do efeito benéfico, após a inserção da chamada, é estimada entre 18 e 24 meses (CASTRO, 2005).

Com fios de tração, a pele é bloqueada por pequenas garras que formam um fio de polidioxanona. Após sua aplicação no rosto, é absorvido com o tempo pelo processo de hidrólise.

A Dra. Maiara explica que a estimulação da produção de colágeno ocorre por meio do processo de cicatrização ao redor das fibras, o que ajuda a aumentar o efeito obtido no início do alongamento (REVISTA MAIS SAÚDE, 2022).

Por outro lado, os lisos podem ser tipos de “fios de fibra de colágeno”, também para promover a bioestimulação da região em que é utilizado. Nesse caso, eles estão mais focados no tratamento de determinadas áreas. De acordo com Maiara (REVISTA MAIS SAÚDE, 2022), a técnica com os fios de fibra de colágeno: “É considerado um dos maiores bioestimuladores de colágeno do mundo. Não tem as propriedades anti-inflamatórias necessárias, apenas o bioestímulo”. Ainda sobre os resultados, a especialista explica que nos fios de PDO direcionados, muitas vezes referidos como fios de tração ou suporte, o paciente já tem o efeito de um cabo de guerra imediatamente após o procedimento.

No entanto, é somente após 21 dias que começa a regeneração do colágeno. A partir daí, o progresso continua até o sexto mês, em média. Ela observa que, com fios de bioestimulação PDO lisos, é possível começar a ver os resultados em um mês. O paciente nota o endurecimento da pele ou o estreitamento das rugas e linhas de expressão. Os resultados continuam melhorando até o sexto mês: “A substância é absorvida, dura de 4 a 8 meses no rosto do paciente, estimula o colágeno e depois é hidrolisada” (REVISTA MAIS SAÚDE, 2022).

Como é o processo pelo qual o próprio corpo regenera o colágeno, os efeitos regenerativos são lentos em comparação com os efeitos imediatos fornecidos pela toxina botulínica ou suplementos. O primeiro efeito após o procedimento é um ligeiro aumento devido à tensão causada pelas fibras e, nos meses seguintes, ocorre um estímulo natural da produção de colágeno pelo organismo, que, devido a um ciclo de quase 21 a 30 dias, fornece resultados contínuos de 6 a 9 meses. Procedimentos rápidos que não oferecem perigo, geralmente anunciados como uma opção para cirurgia regenerativa, estão na moda. Apesar dos benefícios do “face lift com fio”, o mesmo não deve ser apresentado como uma opção na substituição da recomendação cirúrgica, em alguns casos (Fig. 9).

Figura 9 – Fios de PDO – aplicação. Fonte: Site Instituto Velasco, 2022.

Uma compreensão aprofundada da anatomia e fisiologia do envelhecimento para apoiar a necessidade de um procedimento cirúrgico a fim de redistribuição e regulação das diferentes camadas da face, em acesso aberto ou endoscópico.

Os fios de PDO – Polidioxanona ou PDS, marca registrada do grupo Johnson e Johnson, são seguros por serem constituídos por biomaterial biodegradável, não alergênico e totalmente absorvível (FIGUEIREDO, S/D).

Existem os fios de PDO lisos, espiculados bidirecionais, tipo parafuso e agulhas e cânulas de especificações diferentes, a serem selecionadas pelo profissional, conforme a necessidade do paciente.

No envelhecimento, é comum a perda de tônus muscular e o acúmulo de lipídios, que tornam o contorno da face desequilibrado (Fig. 10). Os fios de PDO possuem a capacidade de bioestimular a derme para a produção de colágeno e elastina, sendo inseridos no tecido subepidérmico, de forma minimamente invasiva e quase imperceptível.

Figura 10 – Perda do contorno facial com o envelhecimento. Fonte: Instituto Marília Figueiredo, s.d. acesso em 2022.

No tratamento da flacidez cutânea, os fios de PDO melhoram rapidamente em função do efeito lifting (elevação), além da estimulação da produção do colágeno na derme, aumentando assim, a firmeza da pele. O interessante é que após 180 dias, os fios são absorvidos pelos tecidos da pele, por hidrólise.

Os tipos de fios de PDO se encontram nas figuras 11 e 12.

Figura 11 – Fios de PDO. Fonte: Instituto Marília Figueiredo, s.d. acesso em 2022.

Figura 12 – Fios lisos de PDO. Fonte: Instituto Marília Figueiredo, s.d. acesso em 2022.

Na figura 13 é possível observar o efeito lifting após a aplicação dos fios de PDO.

Figura 13 – Efeitos dos fios de PDO. Fonte: Instituto Marília Figueiredo, s.d. acesso em 2022.

Fios de sustentação PDO – efeitos

O efeito de rejuvenescimento facial promovido pelo processo de implantação de fios de PDO pode ocorrer por meio de duas estratégias. A primeira consiste na suspensão e tração proporcionadas pelas próprias alças, pois a ação mecânica produzida pelas “garras” que se fixam ao tecido facial é capaz de promover o efeito de elevação dos tecidos e, portanto, causar um efeito lifting imediato (embora leve) para suavizar o afrouxamento natural. Além disso, a polidioxanona, um composto sintético, é capaz de estimular a atividade das fibras extensoras e dos fibroblastos (células que estimulam a produção do colágeno) ao longo da extensão dos fios (SARDESAI, 2008).

As fibras ou fios de PDO permanecem no corpo por até 6 meses, mas mesmo após sua completa absorção por hidrólise, o processo inflamatório responsável pela presença de colágeno continua e os efeitos podem durar até 2 anos. Após um período de longevidade dos fios, os benefícios do procedimento não são perdidos, porém, o processo natural de envelhecimento do corpo continua, por isso é necessário o acompanhamento com especialista para avaliar a necessidade de substituição das fibras ou adoção de outros procedimentos (SARDESAI, 2008).

Esse procedimento é especialmente indicado para pacientes que já possuem tecidos moles ou que desejam prevenir sua recorrência. É importante observar também que cada pessoa apresenta esses sintomas de falha em diferentes níveis e idades, porém, é possível realizar o procedimento a partir dos 25 anos.

Após determinar o plano de tratamento e marcar o mapa facial (individualmente), os fios e as microcânulas são selecionadas para a camada SMAS (Sistema Muscular Aponeurótico), de modo a adequar os procedimentos ao formato do rosto. Como as microcânulas são muito pequenas, os pontos de inserção das cânulas costumam se fechar rapidamente, sem deixar marcas ou cicatrizes.

A quantidade de fios utilizada dependerá do grau de flacidez e da área a ser tratada, além do procedimento de teste realizado pelo especialista.

A regeneração e sustentação dos tecidos têm sido realizadas com fios absorvíveis e não absorvíveis, empregando grande variedade de materiais, como o uso de tecidos do paciente, como os tendões e a fáscia, o que promove melhor aceitação e redução de casos de rejeição. No caso dos fios sintéticos, são conhecidos os de politetrafluoretileno, marca Gore-Tex®, poliglactina, marca Vicryl® e o polipropileno, de diversas marcas.

Atualmente, as duas técnicas de rejuvenescimento facial mais empregadas envolvem, segundo Villa (2008) e Garvey (2009):

  • Elevação subcutânea com uso de vetores posteroverticais, sendo o SMAS a base de sustentação e fixação;

  • Descolamento subperiosteal e reorganização em bloco de todas as estruturas, empregando vetores verticais. Outras técnicas mais simples usam os fios lisos, que permitem uma sutil elevação da face, sendo fixados no couro cabeludo.

Como em qualquer procedimento cosmético, o contorno facial pode causar inchaço e vermelhidão menores, além de possíveis escoriações nas áreas de passagem por onde entram as microcânulas. Esses efeitos desaparecem em poucos dias, mas é recomendável aplicar compressas frias nas primeiras 24 a 48 horas após o procedimento para reduzir os sintomas (BIGDELIAN, 2014).

Também é recomendado evitar massagem, compressão (por exemplo, dormir “de cara”) ou movimento excessivo na área tratada (a menos que indicado por um especialista) por cerca de 3 a 5 dias. Da mesma forma, durante esse período, não se deve fazer atividades físicas extenuantes que possam prejudicar os resultados do procedimento.

A eficácia de um procedimento como sutura de implantes requer amplo conhecimento da anatomia humana, além de boa experiência na operação do procedimento e excelente exame do paciente e suas queixas por um especialista. Antes de realizar esse tratamento, é importante procurar sempre a orientação de um profissional capacitado para verificar se este é o procedimento mais adequado para o seu caso.

Fios de sustentação PDO – aplicação

Antes da aplicação dos fios de sustentação de PDO, existem algumas etapas que garantem o sucesso do procedimento.

São necessários exames pré-procedimentais, como o exame clínico, a avaliação do profissional, o pedido do hemograma, glicemia e testes de coagulação. Importante verificar se o paciente sofre de problemas cardíacos, pressão alta, diabetes e alergia a medicamentos (Fig. 14).

Figura 14 – Exames clínicos. Fonte: Instituto Marília Figueiredo, s.d. acesso em 2022.

Após a avaliação da saúde geral do paciente, o profissional especialista elabora o plano de inserção dos fios de PDO, no tecido subcutâneo, selecionando o traçado, as técnicas, materiais e plano de acompanhamento do pós-procedimento (Fig. 15 e 16).

Figura 15 – Seleção do traçado de inserção dos fios de PDO.. Fonte: Instituto Marília Figueiredo, s.d. acesso em 2022.
Figura 16 – Aplicação dos fios de PDO. Fonte: REVISTA FACE PRÁTICAS OROFACIAIS INTEGRADAS (2019).

De acordo com os objetivos, o plano de inserção irá definir os pontos de aplicação, como:

a) Remoção de rugas superficiais, aplicação na derme;
b) Lifting e redução de tecido adiposo subcutâneo e tratamento de rugas profundas, inserção no SMAS - sistema musculoaponeurótico;
c) Objetivo de relaxamento muscular, aplicação na camada da musculatura.

Os benefícios da aplicação dos fios de PDO são: melhoria das reações inflamatórias locais e sistêmicas, reações mais lentas, redução quase imediata de rugas superficiais (10 a 15 dias), estímulo crônico da produção de colágeno, após a segunda semana de implantação, processo considerado seguro e sem a necessidade de regimes especiais. Outro fator importante é que a implantação dos fios de PDO não deixam cicatrizes aparentes.

O tratamento com implantação dos fios de PDO pode ser associado a outras técnicas, como o tratamento a laser de CO2 fracionado e luz de alta pulsação e aplicação da toxina botulínica (tempo de intervalo de duas semanas antes da aplicação dos fios).

No entanto, existem contraindicações para implantação dos fios de PDO: as absolutas e as relativas.

As contraindicações absolutas são: período de gravidez (nunca realizar o procedimento em pacientes grávidas, não importa a fase de desenvolvimento do feto); mães em fase de amamentação; pessoas com epilepsia; doenças autoimunes; portadores de hepatite tipos B, C e HIV positivos; pessoas que se utilizaram de isotretinoína, nos últimos seis meses; pessoal com infecção bacteriana ou viral cutânea e as colagenoses.

As contraindicações relativas são: pessoas com histórico de formação de queloides ou cicatrizes, diabéticos com dificuldades de cicatrização.

De acordo com Figueiredo (s/d), os pacientes ideais são aqueles que possuem:

a) Marcação forte do osso da mandíbula;
b) Tecidos que possam ser mobilizados;
c) Flacidez mínima no pescoço;
d) Boa qualidade de pele;
e) Flacidez leve a moderada no terço médio da face.

Também considera não ideais os pacientes que possuam rugas locais excessivas, sendo recomendada a intervenção de cirurgia plástica, tecidos excessivamente pesados, pele muito grossa ou muito fina, muita flacidez no terço médio da face (FIGUEIREDO, s/d).

Os cuidados pós-procedimentos envolvem o uso de micropore no local da área de implante, protegendo as aberturas de inserção dos fios, que o paciente durma na posição em decúbito dorsal, por quinze dias, que não pratique exercícios físicos durante 30 dias, que evite abrir muito a boca, com risadas muito estridentes, evitar alimentos duros demais e a remoção dos curativos entre 5 e 7 dias. A falta de cuidados pode provocar a formação de ondulações, o estiramento e quebra dos fios e o afrouxamento da área (FIGUEIREDO, s/d).

Normalmente, neste período pós-procedimento, ocorrerá um processo inflamatório normal e controlado, com a atuação de fibroblastos e a deposição do colágeno e elastina ao redor dos fios.

Alguns pacientes podem sofrer complicações, tais como a ocorrência de vermelhidão na pele (pessoas com pele muito clara), alguns hematomas, dor e sensibilidade ao toque nos primeiros dias, rompimento do fio e aparecimento superficial dos fios ou pontas, ocorrência de assimetrias, por falhas na aplicação, extrusão dos fios, rejeição, cicatrizes aparentes, edema, infecção e dor. No entanto, tais complicações, embora indesejáveis, são passageiras e podem ser tratadas (INAESP, 2022).

Os cuidados home care envolvem (INAESP, 2022):

a) Evitar tomar sol após os primeiros dias;
b) Não tomar o medicamento ibuprofeno que acelera a absorção dos fios;
c) Evitar banhos muito quentes, massagens locais, ingestão de bebidas alcoólicas durante as três semanas após o procedimento;
d) Não tomar vitaminas C e E, durante dez dias, pois reduzem a coagulação sanguínea;
e) Não abrir em demasia a boca ou sorrir muito, evitar procedimentos odontológicos neste período, até dez dias após o procedimento;
f) Dormir em posição semi-sentado com a cabeça erguida e nunca sobre a face;
g) Aplicar compressas frias, a cada quatro horas;
h) Ao sair de casa, aplicar protetor solar fator de proteção 70.


DISCUSSÃO

O envelhecimento, sendo um processo natural e inevitável ao desenvolvimento de todos, é causado por muitos fatores, que podem ser divididos em internos e também externos. O envelhecimento de origem interna é esperado, já que seus motivos são simples, relacionados à expectativa de vida da pessoa. Por outro lado, no envelhecimento de fonte externa é possível perceber um processo que o torna mais provável de acontecer, relacionado à exposição ao corpo, especialmente afetado pela exposição na radiação ultravioleta (JORDÃO, 2021).

A introdução de novos métodos e tecnologias geralmente ocorre com cautela, com uma recepção bem-vinda após o ceticismo inicial e ao longo do tempo. Quando essas inovações não cumprem suas promessas ou quando surge uma tecnologia melhor, logo caem no esquecimento. Os fios de sutura foram sugeridos como um meio de alcançar a postura e o rejuvenescimento facial sem cirurgia, e encontraram o interesse de pacientes e cirurgiões. Um paciente que está em boa forma, magro, tem poucas rítides ou pele disfuncional, ou é um paciente com ritidectomia, cujos efeitos requerem melhora mínima a moderada. Os efeitos não são muitas vezes percebidos nesses casos, sendo importante o registro fotográfico e as anotações do profissional na ficha de anamnese, como forma de comparativo a curto prazo.

Se houver fotografias significativas ou rugas muito proeminentes, a seleção do procedimento sobre o número de fios a serem usados, ou a melhor maneira de colocá-los se torna mais fácil. No entanto, com a melhor compreensão das características da pele, da saúde do paciente e das tecnologias, novos padrões de implantação de fios foram desenvolvidos para produzirem melhores resultados.

De acordo com Lopandina (2018): os fatores externos geram sinais na pele, associados ao processo natural de envelhecimento. Com a melhoria da qualidade de vida e a tecnologia aplicada à saúde da população, o número de pessoas idosas vem aumentando, elevando assim, a demanda por tratamentos estéticos que reduzam os sinais da idade e preservem a saúde da pele.

Procurando processos de renovação para o rosto envelhecido, Von Hollander é citado como o pioneiro na técnica de lifting facial, que afirma ter feito o seu próprio (RBCP, CASTRO et al., 2005).

Apesar de ser ainda um campo em desenvolvimento, com novas descobertas sendo realizadas constantemente, os efeitos e benefícios do uso de fios de PDO, em comparação com a recomendação cirúrgica usual, são constantemente confirmados pela literatura científica, como sendo um procedimento extremamente eficaz em rejuvenescimento facial e com grandes benefícios.

Provavelmente, o surgimento de estudos científicos e experiência clínica determinarão a melhor maneira de posicionar os fios de sustentação e seu papel quando associadas a outros tipos de tratamentos faciais e como uma opção de rejuvenescimento facial. Cabe à indústria, aos cientistas, aos pesquisadores e profissionais de saúde ligados ao desenvolvimento da harmonização orofacial, a melhoria contínua de conhecimentos, avanços, protocolos e modernização da aplicação e usos dos fios de PDO.

Vale ressaltar que existem possíveis efeitos colaterais específicos, embora muitos sejam suaves e passageiros, sendo a capacidade profissional importante na concepção do tratamento, de modo a prevenir, detectar e intervir, visando a reduzir ou eliminar a ocorrência de efeitos indesejáveis.

Também é importante destacar que, além da formação específica e experiência do profissional que atuará com HOF, há a subjetividade da sensibilidade de cada profissional em perceber a real necessidade dos pacientes que os procura, no sentido de saber o que, quando e quanto realizar em procedimentos, para que este paciente mantenha sua estima e qualidade de vida equilibrada. Pode ser comum surgirem pacientes imediatistas e exagerados, acreditando que o profissional deverá realizar tudo que ele quer, devendo, neste caso, o bom senso e o feeling se sobrepor às técnicas.

CONCLUSÃO

A partir da metodologia proposta e aplicada, os objetivos desse trabalho foram alcançados. Conceitos sobre rejuvenescimento e envelhecimento facial foram apresentados, realizando breve análise de métodos de harmonização, em especial o uso dos fios de PDO. Também foi possível desenvolver temas como indicações, vantagens e eventos adversos relacionados à instalação dos fios de polidioxanona.

Diante da análise das leituras, o trabalho permitiu trazer informações sobre eficácia, longevidade, segurança das garras permanentes e riscos de eventos adversos relacionados ao procedimento.

Além disso, a pesquisa permitiu discutir criticamente o tema e apontar que a ciência e a tecnologia na área da harmonização orofacial não param e nem podem parar, por demanda de mercado e pela própria investigação científica na área da saúde e bem-estar.


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